No dia 09 de outubro de 2024, a Câmara de Vereadores de Vitória prestou uma homenagem emocionante a Geraldo Herzog, 11 anos de idade, em comemoração ao Dia das Crianças. Durante a sessão, seu envolvimento crescente com a meliponicultura – a criação de abelhas nativas sem ferrão – foi destacado como um exemplo de superação e inspiração. Nos últimos 18 meses, o interesse de Geraldo por esse fascinante mundo natural evoluiu de uma simples curiosidade para uma verdadeira paixão.
Tudo começou em 2023, com a fundação da AMECAP-ES (Associação de Meliponicultores Capixabas do Espírito Santo), quando o pai de Geraldo, Germanni Herzog, assumiu um papel de gestor na associação. Inicialmente, Geraldo tinha medo de se aproximar das abelhas, mas, com o tempo, e participando dos encontros e manejos das colônias ao lado do pai, ele superou esse temor. A meliponicultura se tornou para ele uma forma de conexão profunda com a natureza, transformando sua vida e a de sua família.
O mais especial é que Geraldo tem autismo e encontrou nas abelhas seu hiperfoco – uma característica comum entre pessoas no espectro autista, que tendem a desenvolver interesses intensos e profundos em determinados assuntos. “Trabalhar com as abelhas não só aproximou o Geraldo da natureza, mas também ajudou na sua socialização”, afirmou Germanni, destacando a importância desse hobby para o desenvolvimento do filho.
O envolvimento de Geraldo não se limitou à família. No ano passado, ele teve a iniciativa de compartilhar seu conhecimento sobre as abelhas sem ferrão com os colegas de escola, conquistando a atenção e o entusiasmo das crianças. Mais recentemente, ele instalou uma caixa de abelhas na clínica onde faz terapia, e agora acompanha regularmente o desenvolvimento da colônia com dedicação.
A história de Geraldo chamou a atenção do vereador Maurício Leite, que destacou em seu discurso a influência positiva da meliponicultura na vida do jovem. “No início, ele tinha muito medo das abelhas, mas hoje elas fazem parte de sua vida de uma maneira transformadora”, contou Germanni.
Essa trajetória de superação e envolvimento com a natureza vem ganhando grande repercussão, inspirando outras famílias de crianças com autismo a procurar atividades que promovam o bem-estar e a integração social. A meliponicultura, para Geraldo, se tornou mais que um hobby – é um caminho para o autoconhecimento, socialização e uma conexão especial com o mundo ao seu redor. É uma prova de que, com incentivo e apoio, todos podem encontrar seu lugar na natureza e na sociedade.
Texto: Luana Medeiros
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